Pedaço de História e/ou estória

Encontrei um pedaço de papel na minha mala de viagem que dizia o seguinte:

31.3.07 - 18h48 (hora portuguesa)

[a bordo do avião] Juro que nunca estive tão perto de cortar os pulsos. É que estou mesmo prestes a fazê-lo com a faca de plástico do almoço. Uma senhora à minha direita, do outro lado do micro-corredor, está a comer kit-kats como se estivesse a comer rebuçados (sabem? quando se faz aquele barulho de chupar o rebuçado?) Estou quase quase quaaase a gritar-lhe MASTIGA O C*****O DO KIT-KAT, BIATCH! É espanhola, e-v-i-d-e-n-t-e-m-e-n-t-e. Sentada ao meu lado esquerdo está uma família (também espanhola) (sim, porque num vôo de 10h30, era óbvio que eu tinha de ficar sem ninguém, repito ninguém, conhecido ao meu lado), cuja mãe quer comprar tudo o que o avião tem para vender e fá-lo manejando o catálogo mesmo por cima da minha cabeça como se eu nem existisse e colocando questões altamente pertinentes - cujas respostas poderiam ser facilmente encontradas por qualquer Homo habilis que soubesse ler - à hospedeira (já agora, a tal revistinha do avião exibe na capa quatro exemplares destas magníficas senhoras, que se maquilham como se não houvesse amanhã, com umas fardas roxas-cor-de-vómito, sob um gordo título em que se pode ler NOVAS FARDAS! é quase escusado dizer que as fardas são tão bonitas como aquelas batas que usam as senhoras que passam o dia à janela a ver quem passa). O filho e a filha desta família, como era de prever, falam como se estivessem ao telefone para Angola (relembro que o vôo é de dez horas e meia...).
Ah, e já me ia esquecendo de mencionar que a senhora dos kit-kats está sem sapatos.

Férias? FÉRIAS??? Isto foi mas é uma viagem ao mundo do sadismo-soft-aéreo!