15 janeiro, 2008

Ser-se pequeno


Ser-se pequeno é um desafio.

O desafio da prateleira mais alta

Consequência #1: levar com um iogurte na cabeça (em minha casa, os iogurtes estão na prateleira mais alta do frigorífico), quando, em bicos de pés, me estico intensamente para lá chegar, apenas para não conseguir mais do que dedilhar a garrafa (o que a faz cair, rolar e atingir-me).
Única conclusão possível: os iogurtes são maus para a saúde.

Consequência #2: estar restrita a poder comprar apenas calças e t-shirts na pepe jeans, dado que as camisolas estão na prateleira mais alta, que, ao contrário da do meu frigorífico, é mesmo inalcançável.
Única conclusão possível: o designer das lojas foi espancado por anões robustos, na sua mocidade.


O desafio de usufruir do chapéu de chuva

Consequência #1 (quando partilhado com uma pessoa não-pequena): a chuva cairá, a outra pessoa dominará o cabo do chapeú, colocá-lo-á 30 cm acima da nossa cabeça e o nosso cabelo encaracolará.
Única conclusão possível: Deus não gosta de ver as pessoas pequenas com cabelo liso.

Consequência #2 (quando fechado e transportado pela mão): um barulho horroroso soará (o cabo é feito para pessoas não-pequenas, pelo que nos é impossível transportá-lo sem raspar a ponta no chão - isto se não queremos cansar o bracinho pequeno (dado que para não raspar, é preciso flectir o braço)).
Única conclusão possível: chapéus de chuva compridos são fruto da conspiração das pessoas que nascem com membros superiores assimétricos.


O desafio de não poder andar nas montanhas russas durante a infância (e grande parte da adolescência)

Consequência: aguardar encostada a uma parede da eurodisney, enquanto o resto da nossa família se diverte no Space Mountain; sofrer durante uma hora, enquanto se escutam os relatos do tipo uau! era tão escuro! nem sequer estava à espera do looping!; arquivar memória de tristeza e raiva.
Única conclusão possível: necessidade de em todas as famílias haver um elemento de carácter obscuro e mal-disposto.



Ser-se pequeno é viver-se no limite. Rock on, bros.


10 comentários:

Anónimo disse...

I feel u sis! Embora qq q fosse a minha altura nc ia andar nas montanhas russas...

ritah disse...

Pois, eu, agr q sou consciente, tb n ando, mas na altura.. total stab!

Anónimo disse...

Bem se voces acham isso e são bastante maiores que moi... hihihi! Rock on realmente!

ritah disse...

lolol! martinha-peixe-fino!

chandler.bing disse...

já na minha família existe o problema contrário; eu passo a vida a esbarrar em candeeiros e em ombreiras de portas, e o meu irmão já partiu a cabeça por dar um salto dentro de casa.
Life!

Anónimo disse...

buhuhu poor u! podemos trocar dez centimetros não? ao estilo do freaky friday? please:)

Cate disse...

eu gosto de montanhas russas.

rock on. :')

pegueitrinquei disse...

pronto, com este convenceste-me, vou-te linkar!

Muah*

pegueitrinquei disse...

pronto, com este convenceste-me, vou-te linkar!

Muah*

ritah disse...

hmm estou a gostar desse espírito agressivo! É disto que o dc precisa!

Welcome!