Se é um recém-trabalhador acabadinho de sair das relaxantes quatro paredes da faculdade e não sabe bem como agir perante certas situações no seu emprego, ou se, por outro lado, é já um trabalhador antigo, mas dedica uma reduzida quantidade de massa cinzenta ao entendimento e cumprimento das regras sociais no local de trabalho, então sente-se comigo e leia este pedacinho de texto iluminador.
Numa reunião com pessoas com quem tem uma relação estritamente profissional (amizade excluída, entenda-se), ao chegar:
DEVE: cumprimentar as pessoas presentes com vários acenos (de cabeça) rápidos para toda a sala ou com um aperto de mão seco e breve, caso a pessoa se levante ou dirija até si.
NÃO DEVE NUNCA: colocar a mão pesadona sobre o ombro ou, escândalo dos escândalos, cintura da pessoa à sua frente, puxando-a para dois desconfortáveis, yet demorados beijinhos (se tem muita dificuldade em evitar realizar este comportamento, pense em duas palavras: gripe a), nem deve massacrar a mão da pessoa que a estendeu com um aperto húmido e/ou quebrador de ossos e/ou extremamente prolongado.
Num telefonema com um(a) colega que viu apenas duas ou três vezes em breves reuniões e com quem até sente algum à vontade, devido à reduzida diferença hierárquica ou etária:
DEVE: tratar a outra pessoa por tu, caso sinta que é adequado e que a personalidade da outra pessoa o permite, sem que surjam desconfortos.
NÃO DEVE NUNCA: tratar a outra pessoa por "linda", repetindo a expressão várias vezes durante a conversa, sempre que necessitar de se dirigir à outra pessoa.
De manhã, quando chegar ao trabalho e entrar no elevador:
DEVE: olhar em frente ou para o tecto ou para a plaquinha electrónica que indica o nº do piso em que o elevador se encontra.
NÃO DEVE: olhar fixamente para a pessoa que se encontra ao seu lado e, colocando a cabeça numa posição anatomicamente muito pouco comum, tentar ler o título do livro que esta traz na mão.
15 comentários:
:D
Essa do «linda» deveria estender-se à etiqueta fora do trabalho também. Aliás, juntamente com o «miga».
Rita Bobone <- LOL!
Realmente, faz-me uma certa impressão quando pessoas que mal conheço me cumprimentam tocando-me na cintura. Argh!
Oh Rita Bobone,
E o que fazer quando colegas da mesma direcção (departamento diferente) se tratam por "Migas" e falam com as outras pessoas como se tivessem a falar com bébés (aquele tom gugu dádá), dando a sensação que estão a falar com atrasados mentais!?
P.S. - Irrita-me essa do elevador, estão sempre a tentar ler o título do livro que ando a ler!
Cintura é do pior... ick
Migas é mesmo nice. Dá vontade de bolsar!
o que eu me ri com isto!!!
E o aperto de mão peixe morto! Odeio o aperto de mão peixe morto.
Não queres escrever um livro de regras auxiliares?
lol sim, o aperto peixo morto hehe (por acaso os meus devem sair assim imensas vezes :p)
"Ritah Bobone", LINDO!!!
A ideia da Caroca de um livro de regras auxiliares está excelente...
Se fôr preciso ajuda aqui estou :)
Tia Magda
Tu tens imensa piada. Pensava que era só uma fase, mas afinal...
Se escrevesses um livro, eu pedia-o emprestado a alguém. A sério.
Não é muito comum encontrar alguém que tenha tanta criatividade, além disso tens uma marca humorística própria, revoltada e sarcástica. E parece-me humor genuíno, pareces mesmo assim e não estás a vestir o papel de um personagem.
Muitos parabéns pelo blogue, vou passar a lê-lo!
Thanks a lot!
(gosto das facadas subtis colocadas no meio dos elogios)
Já vi que existem outros comentários a elogiar o teu hobbie/possível trabalho caso o John Smith seja promovido e tu não. Daí o 'thanks a lot' apenas. Estás a ficar mal habituada com tanto mimo.
(foi a parte que me deu mais prazer escrever)
Brava! (epah que giro pôr isto no feminino). Estás a ver, sem dares por isso, o trabalho até te está a fazer bem! Desejos de uns óptimos 5 dias de inspiração!
Já me chamaram "bebé" em ambiente hospitalar/profissional. Claro que eu regurgitei o meu peq-almoço por cima da sra. enfermeira que teve semelhante abuso de confiança...
Acho que as mesmas regras podem e devem ser aplicadas à faculdade, aparece com cada cromo com quem não nos damos a falar com demasiada confiança.
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